quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

A Cidadania se Constrói pelo Reconhecimento e Respeito às Diferenças Individuais

Um dos preceitos fundamentais da cidadania é o respeito às diferenças individuais. Esse princípio parte da afirmativa de que todos somos iguais, porém diferentes em capacidades, habilidades e experiências de vida, de modo que a tolerância e a receptividade para com os pontos-de-vista e valores de outras pessoas têm a acrescentar à nossa vivência como criaturas sociais que pretendemos ser. Nos tornaremos melhores seres humanos na medida em que encaramos o contato com o diferente, não como uma ameaça ou agressão aos nossos princípios, mas como oportunidade para atingirmos estágios mais elevados de compreensão, harmonia e convivência solidária.

Para vivermos e convivermos melhor em nossa comunidade, necessitamos estar conscientes disso e procurar compreender as razões de ser e de pensar dos outros; além disso, devemos nos valer de um mecanismo indispensável que é o diálogo. A partir dele nos entendemos, coordenamos ações conjuntas, dissolvemos conflitos.

Nós brasileiros, poderíamos engrandecer ainda mais o País caso aumentássemos o intercâmbio sócio-cultural, haja vista que temos o dom abençoado de possuirmos aqui, no Brasil, uma pluralidade em todos os aspectos de cultura, custumes, comportamentos, valores, normas e religiões que, mediante nossa tradição de receptividade nos torna esse país acolhedor e tão multifacetado.

Não há de se negar, certamente, que essas qualidades apresentam-se em virtude de nossas origens como nação. Entretanto, isso deve ser motivo de orgulho para nós. Além do mais, podemos usar nossa riqueza cultural para nos impormos no cenário mundial como um modelo de convivência pacífica entre os grupos diversos e, ainda, por meio do contato entre eles, promovermos misturas e combinações entre as mais variadas feições de nossa brasilidade.

Um elemento fundamental para esse foralecimento sócio-cultural é a formação de cada indvíduo. A educação deve agir no sentido de criar cidadãos conscientes dos benefícios que o relacionamento com manifestações culturais e modos de pensar diferentes pode proporcionar à vida de cada um, pois ninguém ou nenhum grupo possui a verdade absoluta ou sabe plenamente quais são as soluções realmente eficazes para os diversos problemas que possam existir.

Atuando também na formação de pessoas conhecedoras da importância do diálogo cultural ou entre indivíduos, a escola estará contribuindo para que os problemas existentes, sejam eles individuais, locais ou nacionais de qualquer tipo, possam alcançar alguma solução, visto que há sempre a possibilidade de extrairmos de outras opiniões, pensamentos ou cresças alguma coisa que, somada com algo mais, possa aumentar o nosso conhecimento ou mesmo corrigi-lo, nos levando a rever nossos conceitos do que é autêntico e correto.

Com todas as vantagens que acompanham o reconhecimento da importância da diversidade para o gênero humano é que se faz necessária a libertação de todas as discriminações, preconceitos e vaidades que infrinjam o direito universal de o homem ser como ele é, em acordância com suas origens, crenças, pontos-de-vista e preferências partidárias. Carece também esquecer todas as asneiras que sugerem qualquer idéia de superioridade de algum grupo, tom de pele ou identidade sexual.

Levando para dimensões universais, a espécie humana precisa buscar a inclusão e não a exclusão do diverso; precisa estender a democracia, trazendo as minorias para uma maior participação nas decisões que envolvem a todos; também respeitar e conservar as culturas populares que forcejam em se manter viventes.

Para concluir e reiterar o que foi dito aqui, a construção da cidadania passa, inevitavelmente, pelo reconhecimento e respeito à diversidade, conduta que permite a sofisticação das nossas relações com os outros dentro da sociedade, assim como a convivência pacífica entre os homens. Um cidadão não apenas deve saber ouvir outras vozes, mas também senti-las e reconhecê-las como sendo os tons e os timbres da bela melodia ritmica que é a nossa espécie humana.

Texto retirado de meus manuscritos durante o ensino médio.

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