sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Lembrança do que não vivi

Escutar uma música antiga é uma experiência que nos traz sensações estranhas e ao mesmo tempo interessantes. Algumas tocam de maneira que nos sentimos na situação de que fala a canção. A música nos leva para dentro dela. Por exemplo agora, enquanto escrevo, escuto "One Love" do U2. A música transforma o estado de humor de qualquer um que se deixe levar pelas ondas sonoras. Qualquer música tem o efeito de trazer de volta pensamentos, sentimentos, sensações vividas. Ao mesmo tempo pode nos mergulhar numa experiência que não tivemos e nos fazer estar como estivessemos vivendo aquilo. As vezes quando escuto as músicas antigas, tipo anos 70 e 80, sinto uma espécie de saudade ou nostalgia. Algumas músicas agradam. Outras, trazem sensações meio desagradaveis, como "socorro, me tirem daqui!!!". O Roberto Carlos de certa forma faz parte de minha vida em alguns dos momentos mais decisivos. Não há uma prova de vestibular ou concurso que eu não escute músicas desse cantor. Como se sabe, essas provas são quase sempre num domingo de manhã. Pois bem, sempre que eu pego ônibus pra ir fazer a prova... lá está o motorista ouvindo a FM 93. O Rei é pé quente, acreditem. Não é que eu me dou bem nas provas! Sou o tipo que aprecia estilos diversos. No entanto não gosto de canções com letras de mal gosto, músicas do tipo que o refrão é basicamente a música toda, letras com rimas bobas... Mas cada qual com seu gosto...

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Ter muitos donos é o mesmo que não ter nenhum

Os brasileiros convivem com o descaso para com as coisas públicas. Basta andar pelas ruas. Não demora a aparecer exemplos desse descaso geral. Calçadas sujas pelos próprios passantes, patrimônio pixado, aparelhos telefônicos públicos depredados... Estes exemplos se relacionam com o aspecto estético urbano. A situação piora em época de eleição. Em toda parte da cidade há publicidade política colada nas paredes, de forma desordenada, abusiva e poluidora. São cartazes, panfletos, faixas, carros de som... O mais triste é que os efeitos disso perduram até a próxima eleição - É possível encontrar em paredes propagandas de eleições antigas. Os partidos não estão interessados em limpar a sujeira que os próprios fizeram. A população é cumplice nisso. Saindo do aspecto estético, o descaso vai mais além. As escolas públicas, que antes já foram padrão de qualidade há algumas décadas. Hoje, preparam precariamente a formação dos jovens. Dificilmente um aluno de escola pública consegue ingressar em uma instituição superior, devido à má preparação para os exames de ingresso. Para estudarem em uma faculdade, têm que pagar uma instituição particular. Parece um contrasenso: a educação superior pública sendo populada por alunos de escola particular e a educação superior particular, por alunos de escola pública. Na saúde, não faltam ocorrências de pacientes que morrerem no corredor esperando por algum socorro médico. Há municípios do interior que nem sequer têm médicos. Seus enfermos precisam (re)correr aos hospitais das capitais, superlotando os mesmos e ajudando a complicar o estado péssimo de atendimento. Não se tem mais a certaza de sair todos os dias de casa e voltar ileso. Os criminosos pé-de-chinelo estão soltos nas ruas. Os seqüestradores não estão dispensando nem a classe média. O poder do crime organizado constitui nos morros e favelas das metrópoles alternativa nefasta ao do Estado como o conhecemos. Nunca foi tão conplicado para se conseguir uma colocação no mercado de trabalho. É cada vez mais dificil assinar a carteira de trabalho. A grande parte dos empregos se contitui de empregos temporários ou de duração que não passa de 12 meses. O ramo de terceirização de mão-de-obra contrata muito, mas tambem demite muito freqüentemente. A "corrida pelo emprego" fica cada vez mais acirrada. Nem mais um diploma universitário garante um emprego a sua altura. Tudo isso tem a ver com DEMOCRACIA. O governo do povo. Do povo emanam os rumos da sociedade... Um povo que em sua maior parte se constitui de analfabetos funcionais... Apesar de sermos todos donos do Pais e das coisas publicas e sociais destinadas aos seus cidadãos, nos comportamos como indiferentes e despreocupados com isso tudo. Transferimos a (i)responsabilidade para nossos representantes. Eles irão administrar e providenciar tudo. Se o País vai mal a culpa é deles, afinal eles são os responsáveis legítimos. foram eleitos pra isso... Nosso País é assim: é de nós todos, mas parece que não tem dono... a maioria só se preocupa consigo mesmo... e com o próximo episódio da novela.

terça-feira, 14 de novembro de 2006

Considerações sobre o saber

O conhecimento profundo de algo em particular não garante sempre a resolução criativa dos problemas. A incompletude do nosso conhecimento nos limita de certa forma na tentativa de compreensão das questões diárias e nas tomadas de atitude dos desafios que surgem. Dominar uma área do saber quer dizer ser especialista em algo. Isso significa que a visão do profissional ou estudioso fica cerceada pelas fronteiras das teorias, dos conceitos, dos paradigmas e dos jargões específicos da área do conhecimento que se detém domínio. Em alguns casos, essa especialização se pode agir semelhante à ignorância ou à regeição daquilo que está fora de sua esfera de estudo e atuação. Em casos mais graves pode significar alienação. Quém não ouviu falar nos especialistas em apertar parafisos? Eles são símbolo da dominação do capital sobre a mão-de-obra operária, desinteressada pelas questões mais relevantes, apolítica... Todo o conhecimento que temos é incompleto. Daí a necessidade de buscá-lo nas mais diversas fontes e maneiras de entender o mundo. Alguns encaram a isso como algo holístico. Acho a busca pelo conhecimento deveria ser assim, holística. Apesar dos conflitos que possam surgir entre concepções, modelos e teorias sobre os problemas da realidade, nós temos o papel de filtrar o que é mais adequado para cada contexto. O conhecimento é útil. De vez em quando nos deparamos com problemas resolvidos de maneira fácil, simplesmente porque acabamos de aprender algo novo que ajudou na solição. O conhecimento é uma ferramenta. Podemos fazer dele nosso "cinto de utilidades". Existem ferramentas conceituais e teóricas de todo o tipo na administração, na engenharia, na economia etc... Por fim, não há nenhum conhecimento que não seja potencialidade.

domingo, 12 de novembro de 2006

Uma pequena tradução de quem eu sou...

Uma parte de mim é todo mundo Outra parte é ninguém, fundo sem fundo Uma parte de mim é multidão Outra parte estranheza e solidão Uma perte de mim pesa, pondera Outra parte delira Uma parte de mim almoça e janta Outra parte se espanta Uma parte de mim é permanente Outra parte se sabe de repente Uma parte de mim é só vertigem Outra parte linguagem Traduzir uma parte na outra parte Que é uma questão de vida e morte Será arte? Será arte? Será arte? Será arte? Uma parte de mim é permanente Outra parte se sabe de repente Uma parte de mim é só vertigem Outra parte linguagem Traduzir uma parte na outra parte Que é uma questão de vida e morte Será arte? Será arte? Será arte? Será arte? Será arte? Será arte?Será...