sábado, 22 de novembro de 2008

A Revolta da Chibata

Hoje fazem 98 anos do início de um acontecimento histórico. Em 22 de novembro de 1910, um marinheiro sofreu a punição de 250 chibatadas, o que revoltou aos companheiros e antecipou o que viria a se chamar de Revolta da Chibata. Movimento que eclodiu a partir da indignação de marinheiros devido principalmente aos mals tratos sofridos.

Àquela época a grande maioria dos marinheiros brasileiros se constituia de negros e mulatos. As patentes mais altas eram destinadas a brancos. Fato que indicava a continuidade da subjugação sofrida pelos negros mesmo após a abolição oficial da escravatura alguns anos antes. Inclusive os castigos eram os mesmos sofridos nas senzalas. Dos mastros foram feitos pelourinhos.

O personagem principal desse levante foi João Cândido, o Almirante Negro. Somente este ano (2008) ele e seus companheiros de motim tiveram anistia.

O Mestre-Sala Dos Mares
Composição: João Bosco/Aldir Blanc

Há muito tempo nas águas da Guanabara
O dragão do mar reapareceu
Na figura de um bravo feiticeiro
A quem a história não esqueceu
Conhecido como o navegante negro
Tinha a dignidade de um mestre-sala
E ao acenar pelo mar na alegria das regatas
Foi saudado no porto pelas mocinhas francesas
Jovens polacas e por batalhões de mulatas

Rubras cascatas
Jorravam das costas dos santos entre cantos e chibatas
Inundando o coração do pessoal do porão
Que, a exemplo do feiticeiro, gritava então

Glória aos piratas
Às mulatas, às sereias

Glória à farofa
à cachaça, às baleias

Glória a todas as lutas inglórias
Que através da nossa história não esquecemos jamais

Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais

Mas salve
Salve o navegante negro
Que tem por monumento as pedras pisadas do cais

Mas faz muito tempo

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